“Olha a mulher do saco”, brincam as amigas de Rossana Luckner em vídeos das ciclistas nas estradas de Bonito. Exemplo por onde anda, a artista faz questão de pedalar no modo “gari das rodovias”, brigar quando necessário e ainda jogar sementes em áreas desmatadas com esperança de ver a natureza ganhar força. Fundadora do grupo de ciclistas Faca na Caveira, Rossana coleciona histórias desde a pandemia, quando foi salva (e ajudou a salvar) graças à rotina com as bikes. Mas apenas se ajudar não é necessário, então a consciência com o planeta também entrou na história para que o ecossistema também recebesse sua atenção. Apesar de pedalar desde pequena, a artista realmente focou durante a pandemia após ver suas amigas perdendo entes queridos. Ali, resolveu criar o Faca na Caveira por toda a dificuldade enfrentada. “Pedalando, fui notando que poderia ajudar de alguma maneira a natureza e sempre aparecem situações em que não era possível fechar os olhos e ir embora simplesmente”, descreve a professora de macramê. Os caminhos trilhados com as bikes costumam levar o grupo para atrativos de Bonito e região, espaços ocupados pelos turistas. E, além de ver muito lixo, Rossane passou a notar os desmatamentos e mudanças na natureza em geral. Ela cita que onde dois anos atrás havia mata sobrando, hoje a visão preocupa. “O desmatamento aqui está absurdo. Os rios turvo e por aí vai, assim como muito lixo nas rodovias e muitos animais silvestres mortos. “Não consigo catar muito quando pedalo e todas as vezes que você volta tem novos lixos. O bom é que as amigas ajudam também, inclusive, todas já sabem que se pedalar comigo ou tira bicho morto das rodovias e cata lixo ou ajuda a salvar os animais silvestres das estradas, fazendo carro diminuir a velocidade”. Já sobre as sementes, Rossane explica que costuma recolher cascas para uso artístico e aproveita para jogar as sementes em espaços que precisam de árvores. E na lista de ações, ela se orgulha de dizer que precisou brigar até com fazendeiro para não derrubar árvore com ninho de araras. Mesmo com as preocupações, a artista garante que o ciclismo ainda garante experiências que aliviam a mente. “Ainda consigo sentir o cheiro das matas, o orvalho, as flores, ver o alvorada ou o Sol se pondo. A própria atividade física ajuda também no cardio, musculatura das pernas, assim como nas risadas e nas amizades. Curto muito como se fosse uma terapia”. E, para quem apenas observa o cenário, Rossane pede que cada um faça algo pequeno de cada vez. “Respeitar o ambiente dos animais, não gritas com as vacas ou passar pelas porteiras e deixar abertas. Não jogar lixo dos alimentos pelas estradas e se ver animais que podem estar correndo risco de vida, ajudar com todo cuidado possível sem nunca tocá-los. Ser humano é desmatar o mínimo possível, então se fizerem 10% do que poderiam, haverá uma grande melhora Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .